terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

livro lido ! toda sua!

Toda Sua
Antes de começar a falar do livro, é IMPOSSÍVEL ler Toda Sua e não compará-lo a Cinquenta Tons de Cinza. Simplesmente impossível. Mas calma, vamos chegar lá…

Eva Trammel é uma mulher bem resolvida com a própria vida. Não precisa de ninguém por ela, a não ser seu porto seguro, seu amigo Cary.Recém formada, ela se muda para o outro lado do país, com a chance de trabalhar numa grande empresa. Ao visitar o prédio onde vai trabalhar (ela queria calcular o tempo que gastaria de corrida de casa para o trabalho), alguns acontecimentos a levam a cair literalmente aos pés de um poderoso magnata, que, se não bastasse ser rico, é também lindo, charmoso, gostoso e misterioso. Alguma semelhança até então?

Confesso que os dois primeiros capítulos me deixaram bastante desapontada. Mas é aí que a coisa fica interessante.

Eva tem seus próprios traumas, como por exemplo, ter sido abusada sexualmente durante a infância e ter de conviver com a mãe superprotetora. Ela tem suas inseguranças, e métodos próprios de lidar com toda a carga emocional depositada nela. Ela tem no execício físico uma forma de esvaziar a cabeça, esquecer os problemas que a afligem. Além de lidar com as próprias emoções, Eva também tenta ajudar seu amigo, um promissor modelo com histórico de abuso parecido com o dela, que foge dos relacionamentos que o envolvem emocionalmente.

Gideon Cross também poderia ser um magnata qualquer em Nova York. Ele é bonito, bem sucedido, distante da família. Mas ao contrário de Christian Grey, boa parte da sua vida é domínio público: o pai era um empresário golpista, que ao ser descoberto, deu fim à própria vida, deixando a família com a vergonha. É sempre visto em companhia de belas mulheres em vários eventos sociais, mas até onde se sabe, não tem nenhum relacionamento sério. Mas ele também tem seus mistérios e traumas.

O encontro dos personagens principais é algo extremamente carnal, pois ambos precisam se afirmar dominantes perante determinadas situações, e esse papel de hora dominador, hora dominado é conflitante e os fazem passar por brigas sem sentido, ciúmes, reconciliações um tanto violentas e a sensualidade é o ingrediente principal de todo o romance.
Acredito que o fato da autora aproximar tanto os personagens dela com a realidade que atinge várias pessoas, ela conseguiu dar mais credibilidade para sua história, fato que foi pesadamente criticado em Cinquenta Tons de Cinza.

Sylvia Day tem uma escrita muito mais profissional que a E.L. James, pela sua experiência com a escrita e diversos livros publicados. Ela soube explorar melhor as fraquezas e virtudes de cada personagens e torná-los ainda mais humanos e suscetíveis às emoções, medos e anseios, do que os personagens do livro em comparação. As temáticas que ela aborda são fatos tão corriqueiros na nossa realidade, que te fazem pensar se não existe uma Eva ou um Cary ou um Gideon perdidos pelo mundo…

Toda Sua tem todo um enredo que pode vir a ser mais explorado e ser bastante comercial, agrandando não apenas o público feminino.

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